destaques do Bom Dia FIIs (30/7)

GARE11 anunciou nova oferta de cotas; CPTS11 e TOPP11 divulgaram relatórios com detalhamento dos resultados do mês de junho.

Atacadão está entre inquilinos do GARE11 – Foto: Divulgação

Os fundos imobiliários GARE11, CPTS11 e TOPP11 estão entre os destaques desta quarta-feira (30), dia em que o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) encerra sua quinta reunião do ano e deve anunciar a manutenção da Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, em 15% ao ano.

A principal expectativa de investidores e analistas é quanto ao conteúdo do comunicado que acompanhará a decisão, que será anunciada somente após o fechamento das negociações do mercado, por volta de 18h30.

O texto deve trazer as visões da diretoria do BC a respeito dos últimos dados macroeconômicos, que mostram uma desaceleração nas margens dos índices de inflação, segundo o economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung. Outros dados, como a desaceleração em ritmo ainda leve da atividade econômica e do mercado de trabalho, devem confirmar que ainda é cedo para falar do início do ciclo de queda dos juros.

Além disso, ainda há incerteza sobre o risco inflacionário causado pela tarifa de importação a ser imposta pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros. Mais do que a variação da Selic, é essa incerteza que vem impactando o mercado de FIIs nos últimos dias, na avaliação de Sung.

“É um impacto indireto, porque há um cenário de ruído e aumento da percepção de risco. A entrada de fluxo estrangeiro foi muito importante para o avanço da Bolsa nos últimos meses, mas nos últimos dias houve um aumento do fluxo de saída devido à incerteza sobre como a economia brasileira reagirá às tarifas”, explica o especialista.

Ontem (29), o IFIX terminou o dia em 3.420,23 pontos, queda de 0,31% em relação ao resultado de segunda-feira (28) e resultado mínimo desde 13 de junho, quando o índice parou em 3.418,94 pontos. A queda acumulada desde o início do mês é de 1,82%, e o saldo positivo no ano caiu a 9,75% — esse indicador ficou abaixo de 10% pela primeira vez também desde 13 de junho.

Confira as principais notícias dos fundos imobiliários.

RCRB11 projeta aumento de dividendos para o segundo semestre

O fundo imobiliário RCRB11 encerrou o mês de junho com um resultado de R$ 3,34 milhões, valor que representa um aumento de 9,7% em relação ao mês anterior. As receitas provenientes dos ativos imobiliários totalizaram R$ 4,578 milhões, enquanto as despesas somaram R$ 1.047 milhão.

A distribuição de dividendos do RCRB11 referente a junho foi de R$ 0,89 por cota. Com base em um valor de mercado de R$ 135,00, essa distribuição equivale a um dividend yield anualizado de aproximadamente 7,9%. No acumulado do semestre, o fundo distribuiu cerca de 98% do resultado de caixa, acima do mínimo de 95%.

Em função de uma reavaliação das despesas previstas, a gestão do RCRB11 revisou para cima o guidance de distribuição de proventos para o segundo semestre de 2025. A nova projeção é de uma receita de R$ 0,92 por cota, por mês, o que representa um aumento de 6,2% em relação à média mensal de R$ 0,87 observada no primeiro semestre de 2025. 

CPTS11 tem queda no lucro, mas paga maiores dividendos em quase dois anos

O fundo imobiliário CPTS11 registrou um resultado de R$ 27,487 milhões em junho, uma redução de cerca de 1,2% em relação aos R$ 28,755 milhões de maio. Esse resultado foi sustentado por uma receita de R$ 39,508 milhões, enquanto as despesas totalizaram R$ 12,02 milhões. Apesar da ligeira retração, o fundo distribuiu aos cotistas R$ 28,913 milhões, equivalentes a R$ 0,088 por cota, o maior valor mensal pago nos últimos 23 meses.

Com o fechamento da cotação de mercado em R$ 7,47 no dia 30 de junho de 2025, o dividend yield implícito líquido do CPTS11 ficou em IPCA + 11,78% ao ano, considerando a isenção de imposto de renda sobre dividendos.

Em junho, o CPTS11 teve rentabilidade de mercado de 2,30%, enquanto sua rentabilidade patrimonial foi de 1,77%. Projeções para os próximos meses indicam distribuições próximas a R$ 0,085 por cota, o que representa um dividend yield anualizado de aproximadamente 14,5%.

TOPP11 registra valorização patrimonial e reajuste de aluguéis do portfólio

O fundo imobiliário TOPP11 registrou no mês de junho um resultado de R$ 3,83 milhões e segue focado em capturar valorização real em seus ativos. Um dos destaques do mês foi a revisional contratual no Edifício Metropolitan, que resultou em um aumento de 26% no preço médio do aluguel, contribuindo para o movimento contínuo da gestora de elevar a receita recorrente do portfólio.

Além da performance operacional, o fundo também registrou valorização patrimonial expressiva. Segundo o informe mensal, os ativos do portfólio somavam R$ 673,3 milhões em junho de 2025, crescimento de 8,5% em relação ao preço de aquisição — R$ 620,4 milhões — no intervalo de apenas oito meses.

No Edifício Platinum, outra movimentação importante foi a consolidação de um novo patamar de aluguel, com locação a R$ 365/m², valor 17% acima da média anterior. O time de gestão da RBR Asset também continua realizando revisionais e renovações contratuais com reajustes superiores a 15% em média, acompanhando a recuperação do mercado de lajes corporativas em regiões estratégicas.

GARE11 anuncia nova emissão e mira crescimento com forte redução de alavancagem

O fundo imobiliário GARE11 anunciou a realização de sua 7ª emissão de cotas, com captação projetada de R$ 400 milhões que pode alcançar até R$ 1,1 bilhão, em caso de interesse do mercado no montante adicional. 

Conforme antecipado pela Guardian, gestora do FII em seu último relatório, a oferta foi estruturada para o GARE11 repor os imóveis de renda urbana que serão potencialmente vendidos a um fundo da XP Asset, sem a necessidade de consumir o colchão de disponibilidades do FII ou lançar mão de novas dívidas.

Segundo a gestão, a decisão por uma movimentação coordenada — combinando a venda de ativos com a aquisição de novos imóveis — busca não apenas fortalecer os fundamentos atuais do portfólio, como também responder aos sinais do mercado quanto à estrutura de capital do GARE11. Com isso, a gestora pontua que o fundo seguirá um caminho para buscar uma “alavancagem líquida” negativa.

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