TRXF11 anunciou novas aquisições de imóveis; TOPP11 e ZAGH11 informaram detalhes sobre a distribuição de dividendos do mês.
Os fundos imobiliários TRXF11, TOPP11 e ZAGH11 e uma análise da importância dos Fiagros no financiamento do agronegócio estão entre os destaques desta sexta-feira (15), dia em que o mercado de fundos imobiliários encerra hoje (15) uma semana em que até agora está literalmente no zero a zero.
O IFIX fechou nesta quinta-feira (14) em 3.419,87 pontos, alta de 0,27% em relação à véspera, exatamente o mesmo resultado da última sexta-feira (8). Ou seja: o movimento positivo puxado pela distribuição de dividendos de mais de uma centena de FIIs, entre eles alguns dos mais populares do mercado, como o MXRF11, serviu apenas para o IFIX compensar as perdas dos três dias anteriores.
Entre os destaques do pregão de hoje estão novos pagamentos e também a Data Com de uma série de fundos, fechando a listagem de beneficiários dos dividendos. Entre eles estão os FIIs da Suno Asset, como o SNEL11, que já anunciou a distribuição de R$ 0,10 por cota, e os fundos SNFF11, SNCI11 e SNME11, que fazem seus anúncios pouco antes do início da sessão.
Confira as principais notícias dos fundos imobiliários:
Fiagros: mercado vê potencial para setor ampliar importância no financiamento do agronegócio
O mercado de capitais tem se mostrado um player fundamental no financiamento do agronegócio brasileiro, e os Fiagros são uma parte importante desse processo. Dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) apontam que o setor tem hoje um estoque de investimentos na casa dos R$ 40 bilhões, com enorme potencial de crescimento, diante de um cenário emissões de CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) de R$ 140 bilhões.
Bruno Gomes, superintendente de Securitização e Agronegócio da CVM, disse durante painel no Congresso Brasileiro do Agronegócio, que o crescimento da influência no mercado de capitais sobre o agro se dá diante da escassez dos recursos públicos num cenário de crescimento do setor que inviabiliza o aumento de subsídios. “Está aparecendo essa necessidade de buscar fontes alternativas de financiamento”, explicou o gestor, em declarações publicadas no site da Anbima.
Para Flavia Palacios, diretora da Anbima, o mercado tem dois desafios importantes para explorar seu potencial de crescimento: ampliar a divulgação consistente de dados para atrair novos investidores e oferecer um aprendizado consistente a eles sobre as particularidades dos instrumentos de crédito do agronegócio. Segundo ela, é preciso aprofundar “o conhecimento da Faria Lima sobre o campo e do campo com relação ao mercado de capitais”.
ZAGH11 agenda repasse de dividendos com retorno mensal de 0,58% em agosto
O fundo imobiliário ZAGH11 anunciou a distribuição de R$ 0,06 por cota em rendimentos referentes à competência de julho. Com data base em 13 de agosto de 2025, o repasse é previsto para o dia 20. Considerando o valor de fechamento de R$ 10,40 registrado no último pregão de julho, o dividendo corresponde a um dividend yield mensal de 0,58%.
Durante o mês de maio, a gestão, realizada pela Zagros Capital, movimentou R$ 2 milhões no mercado secundário, sendo R$ 1 milhão em compras e R$ 1 milhão em vendas de Fiis e ações. Dentre essas operações, destacam-se a compra de FIIs de CRI descontados e a venda de FIIs de CRI mais próximos do valor justo.
A carteira de FIIs equivale a 59% do patrimônio líquido atual, e o objetivo é reduzir esse item para cerca de 30% a partir da alocação direta em CRIs, que ainda não aconteceu. As ações representam 2% das alocações e o objetivo de médio prazo é chegar a 10%.
TOPP11 anuncia dividendos com retorno mensal de 1,21% em agosto
O fundo imobiliário TOPP11 anunciou a distribuição de R$ 0,84 por cota em dividendos aos seus investidores. Os cotistas receberão o pagamento em 20 de agosto, de acordo com a posição ao fim do pregão da última quarta-feira (13). O dividend yield ficou em 1,21% em agosto, considerando o preço de mercado de R$ 69,30. No acumulado dos últimos 12 meses, o rendimento total ficou em 10,71%.
O resultado de R$ 0,84 por cota para agosto repete o mesmo patamar do mês anterior, mostrando consistência na política de distribuição de dividendos do TOPP11, que explora imóveis corporativos, sob gestão da RBR Asset. Além disso, segundo o informe mensal, em junho de 2025, os ativos do portfólio já somavam R$ 673,3 milhões, um crescimento de 8,5% em relação ao preço de aquisição — R$ 620,4 milhões — no intervalo de apenas oito meses. Para efeito de comparação, o IPCA acumulado no mesmo período foi de 3,9%.
Desde seu início de operação em 2024, o TOPP11 concentra um patrimônio de aproximadamente R$ 475 milhões, com cota patrimonial de R$ 104,90 e cerca de 4.800 cotistas. O FII detém a posse de dois edifícios corporativos adquiridos no ano passado junto ao HGPO11, o Platinum e o Metropolitan, e vem atuando nos últimos meses com foco na valorização real dos ativos.
TRXF11 compra 3 imóveis do Grupo Pão de Açúcar na Grande SP
O fundo imobiliário TRXF11 concluiu a aquisição de mais três imóveis ocupados por lojas do GPA — Grupo Pão de Açúcar localizadas na região metropolitana de São Paulo. Os imóveis estão locados por meio de contratos atípicos, com prazos de vigência que variam de 15 a 20 anos. Juntos, somam uma área bruta locável (ABL) total de 14.700 metros quadrados, o que elevará a ABL total do TRXF11 para 682.666,77 metros quadrados.
O valor nominal da negociação é de R$ 98.850.404,92. sendo que R$ 43.508.624,91 foram pagos em dinheiro. O restante, R$ 55.341.780,02, equivale ao saldo devedor de dois CRIs que foram assumidos pelo fundo e estão atrelados aos aluguéis devidos pelo locatário. “É um imóvel com potencial de valorização e localização estratégica, com preço competitivo de aquisição e locação através de contrato atípico”, acrescenta a gestora TRX Investimentos.
Como inicialmente não haverá incremento nas receitas, também não há previsão de mudança nos dividendos do TRXF11, que permanecem no guidance de R$ 0,90 a R$ 0,93 por cota até o fim do ano. O yield on cost da transação é de 10,5%, considerando o valor desembolsado e o carrego dos CRIs, que têm taxa média de IPCA + 5,17%.